A greve continua

Em outros tempos, o magistério desistia de sua luta, deixava de lado e seguia em frente, como se nada tivesse acontecido. Mas agora, depois de sucessivos atos de violação de sua dignidade por parte daqueles que administram o Estado Catarinense, por sucessivas tentativas de dar ao magistério o codinome de “idiotas”, por ameaças declaradas aos grevistas, e outras coisas mais, o magistério se une, e diante da sociedade, se coloca em posição de luta e se prepara para um luta que ainda será longa, principalmente agora que o termo negociação é compreendido de formas diferenciadas.

Não nos falta vontade de voltar à sala de aula, não nos falta consciência de que estamos fazendo falta para aqueles que confiam naquilo que ensinamos, nas palavras que dizemos, nos textos que apresentamos, nos cálculos que fazemos, nas fórmulas que mostramos, nas histórias que contamos, etc. Sobram-nos motivos para voltar à classe, à labuta. Mas, para com esses mesmos estudantes, e com essa mesma sociedade que até então deixou claro o seu apoio, temos um compromisso maior por hora, um compromisso com a qualidade da educação e com melhorias em todo um sistema de ensino que precisa ser repensado, e, repensado por aqueles que o conhecem e sabem de suas fragilidades.

Vai demorar um pouco, mas voltaremos para sala.